Normatização da Determinação Laboratorial do Perfil Lipídico

A revisão da necessidade do jejum para determinação do perfil lipídico: Colesterol Total (CT), LDL-C, HDL-C, não-HDL- C e Triglicérides (TG), tem as seguintes motivações:

Primeiro:

O estado alimentado predomina durante a maior parte do dia, estando o paciente mais exposto aos níveis de lípides nestas condições em comparação com o estado de jejum, representando mais eficazmente seu potencial impacto no risco cardiovascular.

Segundo:

As dosagens no estado pós-prandial são mais práticas, viabilizando maior acesso do paciente ao laboratório, com menor perda de dias de trabalho, abandono de consultas médicas por falta de exames e maior acesso à avaliação do risco cardiovascular.

Terceiro:

A coleta no estado pós-prandial é mais segura em diversas situações, seja no paciente com diabetes mellitus usando insulina, cujo risco de hipoglicemia pelo jejum prolongado pode causar acidentes de trânsito, nas gestantes, nas crianças e nos idosos, minimizando intercorrências e aumentando a adesão para realizar exames e o comparecimento às consulta médicas.

Quarto:

As determinações de colesterol total, HDL-C, não-HDL- C e LDL-C não diferem significativamente se realizadas no estado pós-prandial ou no estado de jejum. Há aumento nos níveis de triglicérides no estado alimentado, porém este aumento é pouco relevante desde que se considere uma refeição usual não sobrecarregada em gordura, havendo a possibilidade de se ajustar os valores de referência 1-7.

Quinto:

Com o jejum flexível para o perfil lipídico há maior amplitude de horários, reduzindo assim o congestionamento nos laboratórios, especialmente no início da manhã, com mais conforto para o paciente.

Sexto:

Com os avanços tecnológicos nas metodologias diagnósticas, os principais ensaios disponíveis mitigaram as interferências causadas pela maior turbidez nas amostras, decorrentes de elevadas concentrações de triglicérides.

Contudo, há potenciais limitações, especialmente referente ao cálculo da LDL-C, onde estudos de desempenho entre diferentes metodologias têm demonstrado a necessidade de revisão das práticas de utilização das fórmulas utilizadas.


Saiba mais: consenso_jejum_dez2016_final.pdf